terça-feira, 23 de outubro de 2007

Uma carta que poderia dizer algo

Perdida em diversos assuntos, não imagino nem por onde começar o que tenho a te dizer. Porém experimento um novo modo de escrever. O rumo da vida é guiado por escolhas que fazemos mesmo que inconscientemente. Costumo me cobrar escolhas o tempo todo. Segundo Shakespeare um dia aprendemos que mesmo que não nos envolvamos em uma briga devemos estar de um lado. Mas será mesmo, meu amor?

Cobro-me dia e noite um lado para estar, uma escolha para fazer. E o pior de tudo, cobro isto de ti também. Um beijo esperado que não me destes torna-se uma escolha. Uma palavra esperada que não falastes, torna-se uma escolha. Escolhas, escolhas, escolhas! Agora, deves estar escolhendo se vale à pena ler o que tenho a te falar. Mas garanto, é importante, é vital para mim, embora escreva sem um motivo pré estabelecido. Sim, pois não tomei uma decisão e escrevi uma introdução dando entrada para o desenvolvimento que leva a conclusão final. Eu nem sequer sei se terei uma conclusão. O que me assusta é que embora eu tenha fugido do costume de escolher, de decidir, eu escolhi que não escolherei. Assusta-me, pois tento fugir das regras, e as crio novamente, assim, igualando-me aos que jamais pensaram sobre o porquê de estar vivo. Estar vivo, sim, estamos vivos? O que esperamos para viver meu amor?

Quando crianças, projetamos nas brincadeiras o que gostaríamos de fazer, mas não podíamos. Por exemplo, quando brincávamos que estávamos dirigindo um carro. Portanto, embora de formas diferentes, uma criança também busca o que não possui. A diferença está na projeção que uma criança dá a sua brincadeira e um adulto as suas vontades. Isto me lembra uma musica!

“Eu gosto tanto de você que até prefiro esconder. Deixo assim ficar subentendido, como uma idéia que existe na cabeça e não tem a menor obrigação de acontecer. Eu acho tão bonito isso, será abstrato baby?! A beleza mesmo tão fugaz. É uma idéia que existe na cabeça e não tem a menor pretensão de acontecer. Pode até parecer fraqueza, pois que seja fraqueza então. A alegria que me dá..” (Lulu Santos)

Desculpe-me, mas como citei, sequer concluirei o que tenho a lhe escrever. Sente-se as sensações, não se costuma entendê-las, e não sinto necessidade de escrevê-las. Não mais. Obrigada por pensar e pensar em mim, mesmo que não penses que pensas.

PS: aproveitei-me de um texto já pronto para fazer-te pensar na beleza. Talvez venha a concluir um dia que me encontro sem imaginação.

PS: espero que gostes da foto.

Um beijo.

STA.L.

1 comentários:

Eduarda disse...

Ah!!
Muito bom.Mas fiquei pensando se realmente para alguem,digo,alguem alem de ti.
Lembre-se:
"O amor é um beijo no espelho."