quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Pensamentos industrializados

Fomos fabricados com a idéia de que precisamos de algo mais do que o que realmente queremos. Então, nos implantam idéias culturais e nos dizem que temos livre arbítrio, assim, nos deixam incumbidos de responder a nós mesmos as perguntas que a grande maioria apenas reconhece a existência e descarta a necessidade de resposta.

Quem se pergunta, enfrenta a dura realidade de sentir-se sozinho em um contexto onde todos acreditam que viver responde as perguntas. Será mesmo? Seriamos fabricados com nossas idéias? Como um ‘made in Brazil’. Mas e o ‘made’ do Brasil? O que seriamos caso não fossemos o que somos?

Os que se dedicam a entender as questões histórico-humanas conseguem responder ao verbo no presente, mas e quanto ao futuro do pretérito? Digo: o que seria do futuro, caso não tivesse havido uma intervenção no passado.

Imagino uma linha histórica onde o pretérito tem um futuro próprio e diferente do real. Quem nunca se viu pensando o que seria de si caso o próprio pai fosse outro homem, ou a mãe outra mulher. Pois é, hoje me peguei pensando o que seria do Brasil, caso Cabral não tivesse chegado aqui. Conclui que com a curiosidade – que desde os tempos primitivos, possibilita tantos progressos- o homem inevitavelmente encontraria novas terras, mas ainda me dediquei a pensar como seria caso o homem não tivesse essa eterna necessidade de tomar para si a responsabilidade de “salvar” as culturas nativas.

A capacidade humana de criação é absurda, mas a de destruição não deixa a desejar. Talvez o egocentrismo do homem tenha nos prejudicado. A idéia de que estamos no topo de um processo de evolução, onde o humano é racional e segue princípios, tornam vergonhosas as destruições que o homem foi capaz de causar.

Destruições estas que mudaram o rumo da história brasileira, onde os princípios morais foram induzidos pelo catecismo e os selvagens índios foram “civilizados” pelos portugueses de forma nada pacífica, originando assim uma cultura que começou com uma ironia.

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