domingo, 19 de agosto de 2007

Naturalismo do preto ao branco - CINZA.


A chuva hoje parece trazer um cinza conformista tão contrário à tempestade preta de ontem.

Logo eu - acostumada com os extremos do preto ao branco - consigo estar no estado cinza, onde eu posso aceitar com facilidade que não estou meia cheia, nem meia vazia, eu simplesmente me completo alternando o vazio e o cheio, o preto e o branco, e hoje posso ser ambos ao mesmo tempo.

E tudo que eu desejo consegue atender as minhas expectativas.. MINHA PAREDE LARANJA - que costuma misturar sua cor aos primeiros raios que o sol nos deixa ver me dando a sensação de prazer por poder sentir essa e qualquer sensação que o dia, e eu mesma irei me proporcionar - HOJE TRÁS UMA COR CINZA.

Eu não sinto necessidade de arrumar a cama, as cobertas enroladas e o travesseiro amassado podem permanecer ali até quando durar a chuva, o violão ainda não tocado pode continuar deitado no sofá com roupas e almofadas em cima, cada objeto deslocado do lugar ‘apropriado’ pode permanecer onde está, simplesmente porque não preciso de organização para fazer algo, estou bem no estado de não fazer nada. Posso enxergar minha vida de cima, como se estivesse sobrevoando a minha cidade, e pudesse ver lugares lindos sem precisar descer para tocar, apenas contemplá-los e saber que estão ali me trás um prazer que não se torna nostalgia.

Estou em minha plena lucidez, sei que tenho vários problemas, mas me sinto uma parte que os forma que não está dentro deles, que vê as duas estradas e não se sente pressionada a seguir nenhuma delas, apenas está feliz por poder estar naquele espaço, aquele pequeno espaço, antes da bifurcação, sem precisar olhar no relógio quanto tempo ainda falta para ter que levantar, pôr a mochila nas costas, carregada de sonhos e perspectivas e seguir o caminho imposto por algo que geralmente tem de ser seguido.

1 comentários:

Unknown disse...

o.O

incrivel u que essa menina escreve!
adoro ela!

bjo lilOO!